Luiz Felipe Borges Campos, conhecido pelo público apenas como Borges, nasceu e cresceu no bairro da Pavuna, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Filho de Carolina Borges, ele viveu uma infância agitada, marcada por brigas e aventuras típicas de um garoto cheio de energia. Sua mãe, entre risos e emoção, relembra esses tempos: “Ele era terrível, brigava na escola, aprontava, mas sempre foi carinhoso. A música mudou tudo, transformou a vida dele.”
Borges começou sua relação com o rap em 2012, participando de batalhas de rima que ecoavam as realidades e os desafios da favela carioca. Entre idas e vindas, em 2018 ele criou, com amigos, a gravadora Fire Gang, mas conflitos internos o fizeram partir para novas direções. O ponto de virada veio em 2020, quando encontrou seu lugar na gravadora Mainstreet, liderada por Orochi. “Aqui eu sou muito feliz, só tenho a agradecer”, disse Borges, emocionado ao relembrar sua trajetória.
Hoje, consagrado como um dos grandes nomes do rap nacional, Borges continua fiel às suas origens. Mesmo milionário, ele não deixa de refletir sobre desigualdades sociais e sobre como o dinheiro, quando conquistado de forma justa, pode trazer mudanças positivas. “Critico quem fez fortuna explorando os outros. Quem enriquece vindo da favela, como eu, sabe que tem uma responsabilidade. Ajudo crianças, organizo festas, distribuo cestas básicas. Quero fazer ainda mais no futuro.”
Por trás do artista, há o apoio incondicional de sua mãe, Carolina, que o acompanha sempre que pode. “Ele é maravilhoso, um filho que qualquer mãe gostaria de ter. Onde ele for, se eu puder, eu vou junto.” Essa relação forte reflete na sensibilidade das composições de Borges, que usam a linguagem crua e verdadeira da favela para tocar os corações de quem escuta.
Mas Borges também sabe se permitir momentos de leveza. Apaixonado pelo Flamengo, ele não esconde sua emoção ao falar do time. “Sou muito flamenguista! Ganhou roubado? Tá ótimo. Não tem jeito, é amor eterno.”
A trajetória de Borges é um exemplo de superação e de como a arte pode transformar vidas. De menino levado na Pavuna a ícone do rap nacional, ele segue impactando não apenas o cenário musical, mas também as comunidades que o viram crescer. Sua história é a prova de que raízes firmes e o compromisso com o próximo são o verdadeiro significado do sucesso.