Athirson, Sandra de Sá, Jorge Ben Jor e Xande de Pilares contam suas histórias de paixão pelo Flamengo

No dia 28 de outubro, o Brasil celebra uma data especial para milhões de torcedores: o Dia do Flamenguista. O Flamengo é muito mais do que um clube de futebol; é uma paixão que atravessa gerações e molda a identidade de sua torcida, a maior do mundo. Para homenagear essa relação única, vamos contar histórias de flamenguistas ilustres, cujas vidas foram profundamente influenciadas pelo clube. As emoções, os rituais e as lembranças desses torcedores mostram que o Flamengo transcende os gramados, fazendo parte de algo maior: a cultura e a alma de seus seguidores.

Athirson: Orgulho de Vestir o Manto Sagrado

Athirson / Reprodução Instagram

Athirson, ex-lateral esquerdo do Flamengo, é um exemplo vivo dessa ligação visceral entre clube e torcida. Desde pequeno, seu sonho era simples: “ser jogador do Flamengo”. Ele não queria apenas ser um atleta profissional, mas vestir o Manto Sagrado. Athirson cresceu idolatrando a geração dos anos 80, com nomes como Zico, Leandro, Nunes,  Adílio e Júnior, que deixaram uma marca indelével na história do futebol. Para ele, cada vez que entrava em campo era uma celebração da sua paixão de infância.

“Eu sempre tive muito orgulho, muita honra e muita gratidão por vestir o Manto Sagrado. Sabia que estava representando milhões de torcedores que um dia eu fui”, relembra o ex-jogador. Mesmo após pendurar as chuteiras, Athirson continua a viver intensamente o Flamengo, acompanhando os jogos e vibrando com o clube que marcou sua vida. “Flamengo sempre foi uma grande paixão e continua até hoje. Raça, amor e paixão!”

Além da admiração pela geração de ouro, ele aconselha jovens torcedores e atletas a nunca desistirem de seus sonhos, destacando a importância de correr atrás dos objetivos com dedicação e humildade. “É correr atrás do sonho e fazer tudo corretamente para minimizar problemas na vida.”

Sandra de Sá: O Ritmo Rubro-Negro

Sandra de Sá / Reprodução Instagram

A cantora Sandra de Sá é outra personalidade que carrega o Flamengo no coração e, claro, no figurino. Para ela, o vermelho e preto não são apenas cores, mas um estilo de vida. A superstição do “meião do Flamengo” acompanha a cantora em todos os seus shows, sempre vestindo o manto rubro-negro de alguma forma. “Meu chapéu, a toalhinha, tudo é Flamengo”, comenta ela com entusiasmo.

Sandra de Sá relembra com carinho sua primeira ida ao Maracanã, acompanhada por seu tio vascaíno, para assistir a um Flamengo x Vasco. “Eu fazia tudo o que ele queria, mas na hora do jogo, ele tinha que me levar”, diz a cantora, revelando como o amor pelo clube foi crescendo a cada partida. A experiência de estar no Maracanã, especialmente em tempos em que o estádio era acessível para todos, foi marcante: “A sensação, até hoje, me faz chorar. Quando você entra no túnel e vê aquele espetáculo, é de arrepiar.”

Para Sandra, ser flamenguista é muito mais do que apenas torcer por um time. É uma paixão insana, que mistura garra e delicadeza, vigor e superação. “Flamenguista não é doente. Rubro-negro é insandecido, apaixonado, alucinado”, ela afirma, resumindo o sentimento de milhões de torcedores. E quando o Flamengo é alvo de críticas? Sandra tem a resposta na ponta da língua: “Só em ser Flamengo, já é bom demais, já é lindeza geral!”

A artista também fez questão de criar uma versão especial de sua famosa música “Olhos Coloridos” para homenagear o Flamengo: “Os meus olhos rubro-negros me fazem refletir, o Mengão me alucina, o Mengão me faz sorrir, baile na arquibancada, festa na favela, o Maraca é nosso, e que torcida é essa?”

Jorge Ben Jor: O Flamengo na Música

Jorge Ben Jor / Reprodução Instagram

O cantor e compositor Jorge Ben Jor também carrega sua paixão pelo Flamengo nas veias e nas suas músicas. Em várias de suas composições, ele faz questão de enaltecer o amor pelo clube. Duas de suas canções mais conhecidas são prova disso: “País Tropical” e “Fio Maravilha”. No clássico verso que já virou um hino para os rubro-negros, Jorge Ben Jor canta: “Sou Flamengo e tenho uma nega chamada Tereza!”, eternizando seu carinho pelo clube.

Em “Fio Maravilha”, uma homenagem ao ex-atacante rubro-negro, Jorge Ben Jor traduz a euforia que a torcida do Flamengo sente ao ver um ídolo em campo. “Foi um gol de anjo, um verdadeiro gol de placa”, diz a música, relembrando o célebre gol de Fio Maravilha em 1972 no Maracanã, um momento que se tornou parte da mitologia flamenguista.

Para Jorge Ben Jor, o Flamengo representa alegria, identidade e um pedaço fundamental da sua vida e obra. Como ele mesmo afirma em suas canções, ser Flamengo é parte essencial de quem ele é.

Xande de Pilares: Samba e Flamengo, Unidos pela Paixão

Xande de Pilares / Reprodução Instagram

O sambista Xande de Pilares não apenas carrega o Flamengo em seu coração, mas também em sua trajetória profissional. A conexão entre samba e futebol, especialmente com o Flamengo, é algo que Xande sente profundamente. “Torcer para um clube com a intensidade que eu torço é um estado de espírito. É igual ao samba, não é da boca para fora, é do coração”, explica o cantor.

Xande relembra um dos momentos mais marcantes que viveu como torcedor. Em 1983, para ver o Flamengo jogar contra o Santos, ele passou por um “perrengue” que nunca esqueceu. “Eu fiquei pedindo dinheiro para todo mundo, até conseguir o da geral. Vi o Zico fazer um gol em 52 segundos, e o Flamengo se tornou tricampeão brasileiro. Aquilo ficou para sempre na minha memória”, conta.

Além disso, Xande destaca a influência que o Flamengo teve em sua vida profissional. Em 2009, quando o Flamengo conquistou o Campeonato Brasileiro em cima do Grêmio, sua banda, Revelação, estava passando por uma fase difícil. “A vitória do Flamengo nos inspirou. Pouco depois, gravamos o DVD ‘Tá Escrito’, que marcou a nossa retomada no Morro da Urca”, relembra.

Para Xande, o Flamengo e o samba são paralelos que se entrelaçam em sua vida. “É como cantar para uma torcida que tem a mesma paixão que eu. Arrepia o tempo todo, emoção à flor da pele.”

As histórias de Athirson, Sandra de Sá, Jorge Ben Jor e Xande de Pilares são exemplos da profunda conexão emocional que o Flamengo estabelece com seus torcedores. Essa relação vai além dos títulos e dos gols. O Flamengo representa uma cultura própria, que dialoga com todas as camadas da sociedade brasileira, especialmente nas comunidades cariocas. A “nação rubro-negra” é movida por paixão, resiliência e pela crença de que tudo é possível quando se veste as cores do clube.

Para muitos, torcer pelo Flamengo é sinônimo de identidade e pertencimento. O Maracanã, palco de momentos épicos da história do futebol, não é apenas um estádio: é a casa onde milhões de rubro-negros compartilham suas alegrias, frustrações e sonhos. O Flamengo é a metáfora perfeita para a superação, um espelho de como a persistência e a luta diária levam à vitória.

Seja no depoimento emocionado de Athirson ao relembrar a honra de vestir o Manto Sagrado, ou nas palavras vibrantes de Sandra de Sá e Xande de Pilares sobre o amor incondicional pelo clube, ou ainda nas músicas inesquecíveis de Jorge Ben Jor, o Flamengo sempre surge como uma força que vai além do esporte. Para seus torcedores, ser Flamengo é uma experiência que ultrapassa o campo, uma paixão que se confunde com a vida, vibrando no peito a cada jogo, a cada momento.
No Dia do Flamenguista, celebramos não apenas as glórias de um clube, mas a alma de uma torcida que jamais desiste. Uma torcida que, mesmo nos momentos mais difíceis, mantém viva a esperança e o orgulho de ser rubro-negro. O Flamengo é fé, é suor e é também amor. E, mais do que tudo, é uma história contada em cada esquina, em cada arquibancada, em cada coração.

Nesse dia 28 de outubro, não celebramos apenas um time. Celebramos uma legião de apaixonados que, com raça, fé e uma alegria inconfundível, fazem do Flamengo parte de quem são. Porque, no fim das contas, ser Flamengo é mais do que torcer — é um estado de espírito. E isso, só quem é rubro-negro entende.

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