Capa NextPop: Mudriniz fala sobre seu novo álbum “Potencial Latente”

Foto: Pedro Campana (@bruxão.ft)

Mudriniz se prepara para estrear oficialmente seu aguardado álbum “Potencial Latente”. Este é o primeiro disco do artista, que é uma das apostas da nova cena do pop brasileiro. O trabalho chega amanhã (18), em todas as plataformas digitais de música acompanhado de visuais imersivos no YouTube, que enriquecem e aprofundam o universo criativo do disco.

Autoral e composto por 11 faixas, sendo 9 delas inéditas e 2 já lançadas anteriormente, o álbum chega como um novo propósito para o artista. É um trabalho inspirado nos livros ‘O caminho do artista’ de Julia Cameron e “Hábitos Atômicos” de James Clear. No primeiro capítulo de “Hábitos Atômicos”, – O Surpreendente Poder dos Hábitos Atômicos -, Clear explora o conceito do “Platô do Potencial Latente”. Este termo se refere à fase em que os esforços ainda não mostram resultados visíveis, mas estão acumulando força para uma grande transformação, o que caracteriza todo o conceito por trás do disco. 

Foto: Pedro Campana (@bruxão.ft)

Em entrevista exclusiva, ele revela mais detalhes sobre o projeto, confira: 

Conta um pouco mais sobre o álbum?

Decidi nomear de ‘Potencial Latente’ como uma prova de que estou rompendo com o medo de ser quem sou. Mudriniz nasceu da necessidade de expressar as dores e delícias da minha infância e adolescência conturbada sendo filho de pais dependentes químicos e parte da comunidade lgbt+. Isso me abriu um leque de frustrações e caminhos diferentes para aprender a lidar com a vida. Sofri bullying pela minha aparência, pela minha sexualidade e até pela dificuldade de aprendizagem. Essas situações me fizeram internalizar muitas formas de rejeição, o que abriu espaço na minha vida para aprender sozinho como lidar emocionalmente com tudo desde cedo. 

Eu não conseguia falar abertamente o que sentia e vivia dentro da minha cabeça. Comecei aos 14 anos a fazer1 terapia depois de uma situação extrema em que fui parar no hospital. Nesse momento, entendi que valia a pena tentar me curar e melhorar o que fosse necessário. Tive depressão por anos até eu conseguir me sentir mais capaz e buscar conscientemente por mim mesmo, a arte me fez enxergar uma forma de ressignificar toda dor. Gravar esse disco é a minha forma de libertar a criança interior e lembrar o que vivi, de bom e ruim, que me ensinaram a ser quem sou.  

Foto: Pedro Campana (@bruxão.ft)

Conta um pouco sobre o processo de composição deste trabalho? 

Como artista, eu costumo usar muito da minha vida pessoal para criar minhas composições. Mesmo que de forma não explícita, acabo trazendo partes da minha vida e desenvolvendo mensagens que, às vezes, eu gostaria de ter dito para alguém ou expressado durante algum processo que estava vivendo. Mas também sou muito empático, no sentido de ouvir as histórias dos outros e transformar uma parte delas em algo artístico que se assemelha a essas vivências. Então, algumas composições não são baseadas em experiências minhas, mas em histórias que ouvi de pessoas próximas.

Falando do processo geral, eu trabalho com o meu produtor Lucas Coji desde 2021. Levamos três anos para construir uma identidade musical forte. Foi um processo de composição muito profundo. Eu queria ser autêntico, caso a dúvida surgisse, queria ter a confiança de que tudo foi construído de forma sólida, no dia a dia, durante esses três anos. Foi um processo muito divertido e extremamente importante, que me enriqueceu tanto como pessoa quanto como artista, sem dúvida

O quão especial esse trabalho é para você? 

Honestamente, esse projeto é especial para mim por vários motivos, mas vou destacar três. O primeiro é que é o meu primeiro álbum, né? Sendo um trabalho independente e autoral, com tudo o que tem direito, sinto muito orgulho. Não imaginei que seria capaz de fazer parte disso e encontrar pessoas que contribuíssem tanto comigo ao longo do caminho, ajudando a desenvolver minha autenticidade, encontrar meu espaço na música e realmente crescer. Então, isso é especial primeiramente por esse motivo.

O segundo motivo é que acho que todo artista se sente um pouco deslocado e até maluco às vezes, porque visualiza muitas coisas na própria cabeça, mas colocar isso no mundo, envolver outras pessoas e fazer acontecer de verdade é um grande desafio. Reunir todo o conhecimento que adquiri nos últimos três anos e conseguir aplicá-lo a esse projeto — em termos de estética, mensagem, música, estratégia e equipe — é algo que me deixa muito feliz e transparente em relação ao que consegui criar.

E o terceiro motivo é mais pessoal. Tive uma infância e adolescência legais, mas também emocionalmente difíceis. Acredito que todos temos um lado sombra e um lado luz. O meu lado sombra foi bem pesado, mas hoje consigo olhar para trás com mais maturidade e percebo que precisei ressignificar muitas coisas. Parte desse processo foi transformar essas experiências em arte, que agora serve de referência para o que crio. Muito do que trago neste álbum vem da minha vida pessoal. Não tudo, claro, porque também componho a partir das histórias que escuto, então tem um pouco de cada coisa aqui.”

Como estão as expectativas para a estreia deste trabalho? 

Estou ansioso. Quero muito poder me conectar ainda mais com o público. Espero começar a fazer mais apresentações, me disponibilizar mais para aparecer nos lugares, estar com pessoas, me conectar um pouco mais com o meio da música. Espero que seja um projeto que me coloque em contato com frentes que ainda não chegaram até mim. E eu acredito que ‘Potencial Latente’ tem exatamente esse poder de potencializar as coisas, de ser visto e sentido da forma que eu gostaria de ser visto e entendido.

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